sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A Palavra


"Penetra surdamente no reino das palavras."
(Drummond)



Você conhece o poder das palavras. De salvar uma alma penada das penas de outras palavras. De cavar sepulturas. De alçar às alturas. De ajoelhar. De fazer chorar: de dor, de alegria. O poder da coberta e o de desnudar. De mover as pessoas. De parar as pessoas. De impedir as pessoas. De tudo o que há, podem as palavras. E podem — ainda — de tudo o que não há, mas que se possa imaginar.

Conhecendo o poder das palavras, a gente tenta se apoderar. Qual a palavra que abre? — Abracadabra. Qual a palavra que voa? — Pirlimpimpim. Qual a palavra que encerra? — Chega! Qual a palavra que entrega? — Adeus. Qual a palavra que leva? — Inté. Qual a palavra que pede? — Perdão. Qual a palavra que toca? — Vem... E por vezes acertamos a palavra e o desejo, e sentimo-lhe a firmeza como se o poder fosse nosso.

Mas a palavra vem de antes do nosso corpo. "No princípio era o verbo", e não a carne. Nós fomos feitos da palavra — não a fazemos. Quando pensamos que a empregamos corretamente, estamos é sendo usados por ela. Ou — pelo mais — sendo UM com a palavra. "O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa vem dos lábios do Senhor." (Provérbios 16:1)

Então — humildes — em cada coisa tentamos apenas — a penas — ser a boca da palavra cujo poder nos evoca. E torcemos para que em meio àquilo tudo, àquele tanto de palavras, alguma haja que alivie o nosso coração e também a corda-ação do outro. Sem o certo poder de produzirmos o efeito desejado, resta-nos a esperança de que a terra que a pá lavra seja um bom terreno para os nossos sonhos.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Especial para o dia dos Professores!

Ser professor é...

Ser professor é professar a fé e a certeza de
que tudo terá valido a pena se o aluno sentir-se feliz
pelo que aprendeu com você e pelo que ele lhe ensinou...

Ser professor é consumir horas e horas pensando
em cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendo
todos os dias, a cada dia é única e original...

Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e,
diante da reação da turma, transformar o cansaço
numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender...

Ser professor é importar-se com o outro numa
dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que
necessita de atenção, amor e cuidado.

Ser professor é ter a capacidade de "sair de cena,
sem sair do espetáculo".
Ser professor é apontar caminhos, mas deixar que
o aluno caminhe com seus próprios pés...

Feliz dia dos professores!!

Aula passada!

Sexta-feira, 10 de Outubro de 2008

Tivemos uma aula diferente das outras, fomos convidados a assistir ao seminário da sala da professora América. Cada um dos estudantes apresentaram seus pontos de vistas e entendimentos sobre um determinado texto. Lembro que um dos textos foi "Demonio da teoria" que abordava assuntos sobre " O que é Literatura?" e foram citados algumas teorias clássicas de Platão e Aristóteles. Outra apresentação foi sobre "Explosão de Informaçoes" que apresentava diferentes meios de linguagens; e tambem foi discutido a função do leitor. Ao final dos grupos apresentados, tivemos um lanche para uma pequena pausa. No final um grupo a mais se apresentou e logo terminamos a aula com um debate sobre os assuntos.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Poesia


Reinvenção

A vida só é possível
reinventada.


Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... — mais nada.


Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.


Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.


Não te encontro, não te alcanço...
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.


Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.


Cecília Meireles


http://www.revista.agulha.nom.br/ceciliameireles.html

A Palavra


"Penetra surdamente no reino das palavras."
(Drummond)



Você conhece o poder das palavras. De salvar uma alma penada das penas de outras palavras. De cavar sepulturas. De alçar às alturas. De ajoelhar. De fazer chorar: de dor, de alegria. O poder da coberta e o de desnudar. De mover as pessoas. De parar as pessoas. De impedir as pessoas. De tudo o que há, podem as palavras. E podem — ainda — de tudo o que não há, mas que se possa imaginar.

Conhecendo o poder das palavras, a gente tenta se apoderar. Qual a palavra que abre? — Abracadabra. Qual a palavra que voa? — Pirlimpimpim. Qual a palavra que encerra? — Chega! Qual a palavra que entrega? — Adeus. Qual a palavra que leva? — Inté. Qual a palavra que pede? — Perdão. Qual a palavra que toca? — Vem... E por vezes acertamos a palavra e o desejo, e sentimo-lhe a firmeza como se o poder fosse nosso.

Mas a palavra vem de antes do nosso corpo. "No princípio era o verbo", e não a carne. Nós fomos feitos da palavra — não a fazemos. Quando pensamos que a empregamos corretamente, estamos é sendo usados por ela. Ou — pelo mais — sendo UM com a palavra. "O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa vem dos lábios do Senhor." (Provérbios 16:1)

Então — humildes — em cada coisa tentamos apenas — a penas — ser a boca da palavra cujo poder nos evoca. E torcemos para que em meio àquilo tudo, àquele tanto de palavras, alguma haja que alivie o nosso coração e também a corda-ação do outro. Sem o certo poder de produzirmos o efeito desejado, resta-nos a esperança de que a terra que a pá lavra seja um bom terreno para os nossos sonhos.